Com a ocorrência de precipitações intensas na região da África Austral, as Autoridades de gestão de Recursos Hídricos dos países a montante viram-se obrigados a efectuar descargas coordenadas com vista a salvaguardar a integridade das infraestruturas cujos impactos se fizeram sentir nos países a jusante.

Em Moçambique, a época chuvosa e ciclónica (Outubro a Abril) está a ter impactos devastadores nos assentamentos humanos e infraestruturas socioeconómicas nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Tete, Niassa e Cidade de Maputo, com registos de cheias e inundações, resultante do incremento dos níveis de águas nas Bacias Hidrográficas de Umbeluzi, Incomáti, Limpopo, Save, Punguè, Zambeze e Rovuma,

Das medidas tomadas pelo Governo de Moçambique, consta a Elaboração e difusão de alertas, avisos e comunicados Hidrometeorológicos e respectivas medidas a serem consideradas pelos Centros Operativos de Emergência provinciais, distritais, Comités Locais de Gestão do Risco de Desastres (CLGRD) e comunidades, assim como a sensibilização de 170.229 pessoas para se retirarem das zonas de risco, das quais 18.229 foram albergadas nos centros de acomodação estabelecidos em resposta ao Ciclone Freddy nas províncias de Gaza, Inhambane e Sofala, cheias/inundações na Cidade e Província de Maputo e as restantes 162.000 foram acolhidos em casas de familiares e amigos.

Para o Ministro das Obras Públicas Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, que esteve nesta quarta-feira, 08 de Março, na Assembleia da República para responder ao Pedido de Informação ao Governo no âmbito das acções de assistência face aos impactos dos eventos extremos na época chuvosa 2022-2023, foram também importantes os sobrevoos de monitoria para avaliar a situação prevalecente, o que permitiu a evacuação de 535 cabeças de gado (bovino e caprino) e 1.420 aves para zonas segura, assim como a abertura de 72 Centros de Acomodação ao longo da época para acolher cerca de 24.886 8 pessoas nas províncias de Maputo, Cidade de Maputo, Gaza, Inhambane e Sofala.  

Para o sector das Obras Públicas, segundo Carlos Mesquita, neste momento em curso trabalhos visando a retoma da vida normal das populações através de abertura de desvios nos locais com cortes acentuados nas estradas, pontes, aquedutos e outros, tendo sido já “reposta a transitabilidade nas estradas que tinham sido cortadas, nomeadamente que dão acesso a Timanguene, Mahubo, Boane, Belavista e Catuane, na Província de Maputo; Mussassa, Dondo, Buzi, na Província de Sofala; Vila Municipal de Catandica e Mossurize, na Província de Manica; Magige e Lioma; na Província da Zambézia; Chalaua, Corrane, Memba, Namahaca, e Matibane, na província de Nampula; Macomia na província de Cabo Delgado, entre outras”.

A terminar, Mesquita explicou que foram movimentadas Pontes Metálicas do Distrito de Dondo para serem montadas em lugares de corte, como no Rio Kalachane em Impaputo, Distrito da Namaacha, Província de Maputo, Manica e Sofala. Em curso a reposição de salas de aulas parcialmente destruídas, sobretudo as que perderam seus tectos. No que concerne a infra-estruturas de grande dimensão afectadas, está em processo o levantamento de danos e necessidades, com vista ao lançamento de concursos e adjudicação das obras de reconstrução das mesmas.